Motos

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Por que o óleo das motos dura menos do que dos carros?

Caio da Luz de Freitas
Engenheiro de Aplicações

Os lubrificantes em geral, aplicados em motores de carros ou motos, possuem funções variadas que precisam ser atendidas: desde redução de atrito, desgaste e temperatura de serviço, minimização de ruídos, vedação de espaços entre pistão e cilindro, oferecer propriedades de limpeza, neutralização de ácidos, diminuição de corrosão, dentre outras funcionalidades. 

Para conseguir atender todas as demandas em condições de trabalho distintas, o óleo precisa ser formulado e balanceado de acordo com o conjunto ao qual será aplicado, além de respeitar os critérios utilizados para recomendação de um produto por parte da montadora, isto é, a seleção do lubrificante correto para sua moto deve atender às especificações determinadas no manual do veículo. Isto porque o fabricante conhece o projeto, coeficientes de dilatação, ligas metálicas utilizadas, acabamentos superficiais e processos de fabricação, folgas, interferências, além das temperaturas/rotações de trabalho e condições críticas.  

Para que o óleo utilizado no motor de sua moto cumpra com todas as funções de desempenho e proteção esperadas, deve atender à: 

– Tecnologia do óleo básico: A tecnologia do óleo básico deve satisfazer ou exceder ao apontado pela montadora (mineral, semissintético ou sintético). 

– Grau de viscosidade: Deve-se respeitar a viscosidade ou alternativas que são indicadas no manual. 

– Nível API: Necessita atender ou superar o nível API exigido. 

– Norma JASO: Assim como API, deve-se aplicar somente norma JASO igual ou superior ao indicado no manual. A especificação JASO T903 é comum para lubrificantes de moto devido à uma solução comum utilizada em diversos modelos: o compartilhamento de lubrificante para sistemas distintos. 

O que muda da moto para o carro?

  1. Sistemas compartilhados 

Enquanto os veículos 4 rodas costumam utilizar um lubrificante específico para motor e outro com perfil diferente para o conjunto de transmissão, grande parte da frota de motocicletas conta com óleo compartilhado entre o motor, câmbio e embreagem. A demanda dos lubrificantes de moto para atender os três conjuntos (motor, caixa de marchas e embreagem úmida) muda completamente sua formulação! 

Óleos para motores de carro tendem a apresentar baixa viscosidade e contam com aditivos para redução de fricção, a fim de atingir as metas de economia de combustível. 

Já os óleos de motos demandam aditivos que permitam o deslizamento controlado dos discos de embreagem, já que a embreagem deslizando/patinando causa superaquecimento e por outro lado a alta fricção desequilibrada gera condução desconfortável. 

Para caracterização da fricção da embreagem úmida, é utilizada a norma JASO para orientação do lubrificante adequado a sua moto, a fim de garantir níveis de fricção eficazes em condições de arranque, aceleração e alta velocidade constante. 

  1. Temperaturas elevadas 

O sistema para resfriamento utilizando fluido de arrefecimento próprio no sistema é bastante popular dentre os carros, porém para alguns modelos de moto ainda é comum encontrarmos aqueles que contam com refrigeração por ar forçado.  

Nesta configuração a moto não possui radiador e bomba arrefecimento. O motor conta com aletas para aumentar a área de contato e ter o resfriamento através da troca de calor com o ar. Este tipo é bastante refém da velocidade da moto, que influencia consideravelmente o coeficiente de troca de calor. 

Refrigeração por líquido de arrefecimento 
Refrigeração a ar 

Apesar de comumente equipar motos de baixa e média cilindradas, motores refrigerados a ar também são encontrados em modelos de moto de competição (off-road) ou até mesmo alguns modelos de motos custom com motor bicilíndrico em V. 

Motos que contam com refrigeração a ar – adicionalmente às condições de anda e para dos trânsitos intensos, com fluxo de ar reduzido – sofrem bastante com altas temperaturas de trabalho, principalmente em dias quentes. O calor intenso tende a causar perda de viscosidade de alguns lubrificantes, afetando a eficiência de proteção contra desgaste, além de acelerar a oxidação do óleo. 

  1. Altas rotações 

As motos tendem a apresentar motores menores e mais leves, comparados aos carros. Apesar do tamanho trazer algumas limitações com relação à potência gerada, a redução de massa dos componentes permite maior rotação, proporcionando a potência adequada para cada modelo e tipo de uso. Para uma moto, o aumento de massa do motor é mais significativo percentualmente, comparado à veículos maiores. Deste modo, muitas montadoras optam por obter mais potência de um motor menor. 

Este movimento de downsizing – utilização de motores a combustão menores, com mesma ou maior potência – resulta em maiores rotações em motores de motocicletas. Desde motos de baixa cilindradas, de uso urbano, até superesportivas utilizadas em pista, é comum encontrarmos altas rotações (10.000 rpm ou até mesmo 20.000 rpm), enquanto a faixa limite dos painéis de carro não chega próximo. 

Painel modelo Ducati (esportiva) 
Painel modelo Honda (baixa cilindrada) 

A alta rotação adiciona às motos maior tensão aos componentes de motor, além de submeter o lubrificante a cargas de cisalhamento mais altas, contribuindo para maior desgaste e redução da viscosidade, respectivamente. O funcionamento do motor em altas rotações também aumenta a probabilidade de formação de espuma, dificultando a redução de temperatura e maior facilidade de oxidação, além de perda das propriedades lubrificantes. 

  1. Volume lubrificante 

O tamanho dos motores e outros conjuntos, como bomba, sistema de arrefecimento, etc. também é refletido no cárter/reservatório de óleo das motos, com dimensão inferior ao utilizado em carros. 

A menor quantidade de óleo circulando entre motor, caixa de câmbio e embreagem, contribui para maior exigência e desgaste do mesmo, já que as temperaturas de trabalho são elevadas e as reservas básicas e pacote de aditivos vão sendo consumidas, afetando sua capacidade lubrificante e durabilidade

Como saber o intervalo de troca da minha moto?

Além de escolher o lubrificante que atende todas as especificações exigidas para seu motor, é fundamental respeitar o intervalo de troca (apontado no manual da moto). O intervalo de troca indicado pelo fabricante é dado por quilometragem ou tempo. Isto se deve ao fato de, mesmo que a moto tenha sido pouco rodada, o óleo perde propriedades mesmo parado dentro do motor, já que contaminações geradas na combustão (por combustível, fuligem, ácidos, etc.) e até mesmo o contato com ar e umidade, ajudam a acelerar sua oxidação e degradação. 

Seja por quilometragem ou por tempo – o que for atingido primeiro – o intervalo de troca apontado no manual de sua moto deve ser sempre respeitado, já que, adicionalmente às características citadas particulares de um motor de moto, outros fatores podem reduzir a vida útil do óleo: Oxidação, cisalhamento, contaminação, dentre outros. 

O intervalo de troca recomendado no manual deve ser sempre consultado e utilizado como referência, porém o modo de uso comumente tende a reduzir o período entre uma troca e outra. 

O uso severo de uma moto – seja por uso rigoroso sob longos períodos de funcionamento e regimes de altas temperaturas e rotações, carga excessiva, condução constante em condições de tráfego intenso ou uso sob condições de muita poeira, lama e umidade – encurta a janela entre as trocas de lubrificante e torna ainda mais importante o acompanhamento frequente e revisões de acordo com cada modo de operação. 

Engine Clean Moto 

Serviços de revisão e manutenção preventiva são importantes para garantir que a moto mantenha bom desempenho durante a pilotagem, tanto em performance quanto em proteção. Para melhor cuidar de sua moto e restaurar os padrões que foram sendo agredidos de acordo com o uso e modo de utilização, alguns produtos com grande eficiência devem ser utilizados como item de revisão. 

O Engine Clean Moto é um aditivo para limpeza de motores 4 tempos de Motos, ATVs, UTVs, Jet Skis e Snowmobiles.  

Sua aplicação deve ser feita ANTES da troca de óleo. Adicione um frasco de Engine Clean Moto no reservatório/cárter ainda com óleo velho e deixe o motor em marcha lenta por 15 minutos (sem conduzir a motocicleta). Estes minutos são necessários para que o produto dissolva a sujeira do motor para que seja descartada juntamente com o lubrificante usado. Após este processo, drene o óleo e troque o filtro de óleo para seguir com a troca e abastecer com óleo novo. 

O uso do aditivo para flushing do motor restaura a compressão do motor, eliminando a borras, carbonização e vernizes. Protege o motor, além de manter o novo óleo limpo durante mais tempo.   Sua utilização permite: 

  • Reduzir o desgaste 
  • Reduzir o consumo de combustível e óleo 
  • Aumentar a compressão em todos os cilindros de maneira uniforme 
  • Diminuir a emissão de poluentes 
  • Remover depósitos, vernizes e outros resíduos de combustão de áreas delicadas como tuchos hidráulicos, saias dos pistões e canaletas dos anéis 
  • Obter o máximo benefício do óleo novo após a troca 
  • Aumentar a durabilidade do catalisador 

O uso regular de Engine Clean Moto durante as trocas de óleo do motor proporciona melhor limpeza antes de utilização do novo lubrificante, assegurando o prolongamento da vida útil do novo óleo. 

Para saber qual o melhor óleo para sua moto, consulte nosso Guia de Aplicação ou baixe o aplicativo Motul Expert na App Store ou Google Play

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