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Entenda como funciona o sistema de transmissão das motos

Caio da Luz de Freitas
Engenheiro de Aplicações

Cada vez mais compacto e eficiente, o sistema de transmissão das motos tem evoluído junto aos conjuntos de propulsão já que, tão importante quanto ter um motor mais eficiente, é garantir que ele trabalhe em seu regime de melhor rendimento.

O sistema responsável por isso é a transmissão. Ela é desenvolvida para que a motocicleta possa cumprir funções diferentes com demandas de torque e rotação distintas, desde arranque do repouso até altas velocidades.

Mas afinal, em que consiste o sistema de transmissão das motos?

Algumas configurações são exploradas pelas fabricantes, a fim de que o motor trabalhe em uma faixa de rotação favorável à sua eficiência e proporcione boa ciclística ao piloto.

Dentre os tipos de transmissão utilizados, destacam-se alguns descritos a seguir.

Conjunto Embreagem-Câmbio integrado

Grande parte das motocicletas comercializadas no mercado brasileiro conta, em geral, com sistema de câmbio e embreagem que compartilham o lubrificante do motor. Nesta configuração, a caixa de velocidades tem diferentes pares de engrenagens com relações variadas que atendem às distintas necessidades de torque e rotação. O acionamento e seleção de cada marcha acontece de forma sequencial e é feito por um pedal do lado esquerdo da moto.

Já a embreagem é acionada por uma alavanca/manete manual de forma a desacoplar o conjunto para que a troca de marchas aconteça.

Como o óleo de motor dessas motocicletas também lubrifica o câmbio e a embreagem, o produto selecionado deve satisfazer as requisições dos três sistemas. Por isso, recomendamos que a seleção do lubrificante respeite a especificação apontada no manual do veículo.

O sistema de transmissão da moto é de vital importância.
Motor bicilíndrico em corte para representação da linha de lubrificação dos conjuntos integrados.

Lubrificantes recomendados

Conheça a seguir os lubrificantes de motor que atendem as normas, especificações e viscosidades exigidas pelos fabricantes, para motos com embreagem úmida e câmbio integrado:

3000+

Especialmente produzido para o segmento de motos de baixa cilindrada, o 3000+ é um óleo mineral de qualidade premium, assegurando a melhor proteção e durabilidade para o motor. Veja mais detalhes.

5000+

A nova linha utiliza a tecnologia registrada pela Motul nomeada de HC-TECH®, uma combinação de óleos básicos sintéticos hidrocraqueados e minerais premium. Além disso, conta com um pacote de aditivos que aprimoram a performance do lubrificante.

Os produtos 5000+ estão aptos a cumprir com as exigências de motocicletas de baixa a média cilindrada em uso diário, normal ou severo.

5100

Se você tem uma moto com motor 4 cilindros e até 700cc temos uma linha perfeita: a linha 5100!

Semelhante ao que acontece na linha 5000+, ele é um produto semissintético com base mineral premium mas, nesse caso, possui base Éster e tecnologia exclusiva Technosynthese®. Isso significa que o óleo 5100 é mais estável e resistente a altas temperaturas quando comparado ao 5000+.

7100

A linha 7100 atende qualquer modelo de motocicleta com motor 4 tempos, visto que possui as 7 viscosidades exigidas pelo mercado. Sua formulação 100% sintética conta com uma combinação de óleos básicos que fornecem resistência à oxidação, excelente propriedade de limpeza do motor e proteção das engrenagens do câmbio e do comando de válvulas.

300 V e 300V²

Ambos com tecnologia ESTER Core®, combinados com óleos básicos sintéticos de altíssimo desempenho e pacote de aditivos exclusivos, excedem todas as normas existentes e garantem a obtenção de máxima potência e torque do motor.

Primária e câmbio separados

Algumas motocicletas possuem configuração de câmbio e embreagem parecidas, porém utilizam lubrificantes distintos para cada aplicação. Este é o caso das motos Harley-Davidson, que contam com três reservatórios de óleo distintos: um para o motor, outro para o câmbio e um terceiro ponto para abastecimento do lubrificante da primária e embreagem úmida. 

A principal diferença está na transmissão por corrente do eixo primário do motor para o eixo secundário e na utilização de óleo diferentes para cada conjunto. Como vimos, as necessidades de lubrificação de cada sistema são diferentes, isto é, para a caixa de câmbio é importante que o óleo tenha características antiespumante, antidesgaste, extrema pressão, entre outras. Por outro lado, para o óleo da primária e embreagem, modificadores de atrito e antioxidantes são fundamentais para o bom funcionamento.

Outros modelos de moto, principalmente off road, também possuem caixa de câmbio com lubrificação independente do óleo de motor devido à severidade e condições de funcionamento. Em ambas configurações, os acionamentos da embreagem e troca de marchas também são feitos pelo manete e pedal, respectivamente.

Listamos abaixo produtos desenvolvidos pela Motul para atender as exigências dos diferentes câmbios e conjuntos de embreagem úmida que solicitam lubrificação própria.

Primária
TRANSOIL 10W-30 – Mineral
TRANSOIL EXPERT 10W-40 – Technosynthese®

As melhores opções para primária, pois são formulados para proteção e longevidade das correntes e compatibilidade com as embreagens úmidas.

Caixa de câmbio
GEAR 300 75W-90 – 100% sintético + Ester
MOTYLGEAR 75W-90 – Technosynthese®

As melhores escolhas para a caixa de câmbio, devido sua formulação dedicada para proteção das engrenagens, garfos seletores e eixos do câmbio.

Caso tenha dúvidas quanto à seleção do lubrificante correto para cada aplicação, consulte o nosso Guia de Aplicação. Disponível também no aplicativo Motul Expert na App Store e Google Play

Transmissão de dupla embreagem (DCT – Dual Clutch Transmission)

Outro tipo de transmissão que já esteve presente em motos no passado e vem ganhando destaque nos modelos atuais da Honda é a transmissão automatizada de dupla embreagem (DCT – Dual Clutch Transmission).

Esta configuração traz uma embreagem para as marchas ímpares e outra para as marchas pares. Enquanto uma das marchas está acoplada e em funcionamento, o sistema eletrônico da motocicleta identifica qual será a próxima marcha demandada, que fica pré-engatada. Neste caso, o acionamento da embreagem e seleção de marchas é feito automaticamente e em menor tempo, sem necessidade de ação do piloto.

O conjunto, que não apresenta manete e pedal para troca de marchas, é controlado de forma eletrônica e os servomotores fazem o acionamento de cada embreagem quando preciso, de forma a garantir a esportividade e trocas mais suaves. Caso o piloto ainda deseje escolher os momentos de troca, é possível optar pelo modo em que a seleção de marchas é feita sequencialmente por botões do guidão.

As transmissões DCT compartilham o lubrificante com o motor, assim como o primeiro conjunto de embreagem única e câmbio integrado descrito. Para motos com esta configuração, é recomendado utilizar lubrificante das linhas 5100, 7100 ou 300V que atendam às normas e especificações do fabricante.

Câmbio faz parte da transmissão das motos.
Câmbio DCT Honda em corte, com destaque para o sistema de dupla embreagem e pares de engrenagens. Imagem: mobilidade.estadao.com.br

Transmissão continuamente variável (CVT – Continously Variable Transmission)

As transmissões continuamente variáveis, popularmente conhecidas como CVT, são populares entre os modelos scooter que vêm dominando os grandes centros urbanos. O conceito deste tipo de transmissão automática consiste em manter o motor em seu regime ideal de funcionamento e consumo.

O conjunto é composto por duas polias e uma correia de borracha que, de acordo com o aumento da velocidade e rotação, podem proporcionar infinitas relações de transmissão. Conforme a motocicleta acelera, a relação de polias (motora e movida) varia de forma a entregar mais ou menos velocidade à roda. Motos equipadas com este tipo de transmissão CVT seca não possuem manete de embreagem e pedal para troca de marchas, já que o conjunto se ajusta sem necessidade de acionamento do piloto.

Além da facilidade de pilotagem, a transmissão CVT para motocicletas apresenta boa eficiência de consumo de combustível, aceleração constante e trocas de velocidades sem trancos.

Polias variávies de transmissão das motos.
Representação das polias variáveis da transmissão CVT.

Apesar do conjunto de polias e correia não ser banhado em óleo, a transmissão final das scooters – responsável por transmitir rotação e torque à roda – necessita lubrificação própria e requer cuidados de manutenção e troca de óleo como determinado pelo fabricante.

Lubrificantes para scooters

Conheça a seguir os produtos indicados para lubrificação correta da transmissão final de sua scooter.

Produtos para transmissão de motos scooters.

Transmissão final (CVT)
90 PA – Extrema pressão
HD 80W-90 – Extrema pressão
GEARBOX 80W-90 – Extrema pressão reforçado com Bissulfeto de Molibdênio

As melhores opções para transmissão final para motocicletas equipadas com CVT, com formulação própria para choques, altas temperaturas, fortes cargas e regimes de rotação moderados ou regime de rotação elevado e cargas moderadas.

Independentemente do tipo de transmissão da moto, a lubrificação correta é fundamental para bom funcionamento e preservação da vida útil do conjunto. Além de entregar a performance desejada, o uso do óleo correto pode contribuir para evitar ruídos, dificuldade de troca de marcha e/ou complicações para encontrar o ponto neutro.

Quer saber mais sobre o funcionamento de outros conjuntos de motocicletas? Fique ligado no Motul Expert acompanhando nosso Facebook e Instagram!

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