Técnico

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Saiba tudo sobre o fluido da direção hidráulica e como o sistema funciona

Danilo Silva
Engenheiro de Aplicações

É fácil compreender a função da direção nos veículos: girar as rodas e, com isso, conduzir o veículo rumo a direção desejada. No entanto, o projeto de um sistema de direção é muito mais complexo e leva em consideração o tipo do veículo, geometria, sistemas auxiliares de controle do veículo e, é claro, o tema deste artigo que é o método de assistência da direção.

É importante estar atento sobre qual modelo de direção equipa o seu veículo e as necessidades de manutenção preventiva. Além da tradicional direção mecânica, os modelos de direção assistida, tais como direção elétrica, direção hidráulica e direção eletro-hidráulica equipam veículos leves modernos.

Direção mecânica

Método clássico para o controle da direção das rodas, a direção mecânica requer grande esforço do motorista para girar o volante, principalmente quando o veículo está fazendo manobras para estacionar. 

Esse modelo de direção não conta com mecanismo para potencializar a força aplicada no volante, por isso, exige grande esforço do motorista. Nas revisões, o mecânico deve verificar folgas e indícios de desgaste das peças, porém não há manutenção preventiva programada para a substituição de peças.

Para facilitar e, inclusive, ser mais seguro para o motorista, houve a evolução do sistema mecânico para a direção assistida, onde há o auxílio elétrico ou hidráulico para otimizar o esforço do motorista.

Direção hidráulica

Modelo mais comum de direção assistida, a bomba da direção assistida fornece energia para o fluido hidráulico multiplicar a força aplicada pelo motorista, reduzindo assim o seu esforço para rotacionar as rodas. Esta bomba é acionada pelo motor do carro por meio de uma correia e polia. Veja na imagem como funciona.

A quantidade de fluxo fornecida pela bomba depende da velocidade de rotação do motor. A bomba deve ser projetada para proporcionar fluxo adequado quando o motor estiver em marcha lenta. Uma válvula de alívio de pressão assegura que a pressão não fique muito alta, especialmente em altas rotações do motor quando muito fluido é bombeado e quando não é necessária a assistência de direção hidráulica.

A movimentação do fluido no sistema exerce pressão hidráulica facilitando a ação do motorista. Quando o condutor não está exercendo força, como ao dirigir em linha reta, o sistema não deve fornecer qualquer assistência. Na ilustração a seguir é possível verificar que o fluido irá se movimentar para uma das câmaras conforme o giro do volante. 

Note que o fluido é um componente vital para o funcionamento desse sistema. A falta de manutenção preventiva, nesse caso, a falta de substituição do fluido, implicará em mau funcionamento do sistema e comprometimento da vida útil de outros componentes, como por exemplo, a bomba hidráulica e a caixa de direção, tornando a manutenção corretiva onerosa. 

Na revisão deve ser verificado folgas, desgastes de peças e substituir o fluido conforme o plano de manutenção do veículo, pois os aditivos e propriedades se degradam ao exercer suas funções e ao longo do tempo.

E fique atento!

Não é qualquer fluido que pode ser aplicado nas direções hidráulicas. Em geral, os fluidos para direção hidráulica possuem perfil semelhante aos de transmissão automática, porém o fator decisivo na hora de aplicar um produto é verificar se ele atende a especificação exigida pelo fabricante do carro para a direção do veículo.

Abaixo estão os fluidos mais atuais para direções hidráulicas e eletro-hidráulicas. No Guia de Produtos é possível consultar as respectivas fichas técnicas e especificações atendidas por cada produto.

No passado, o mercado automotivo nacional popularizou o uso de fluidos minerais ATF Sufixo A tipo A como alternativa de baixo custo para as direções hidráulicas e, mesmo que na época já estivesse errado, muitas vezes o dano por essa ação comumente se revelava a médio e longo prazo.

Hoje, essa prática pode custar muito caro em pouco tempo de uso do veículo. Nos mais recentes projetos de direção, o fluido costuma ser de base sintética e baixa viscosidade.

Direção eletro-hidráulica

Esse sistema se assemelha ao modelo de direção hidráulica, tendo como principal diferença a forma de acionamento da bomba hidráulica que, neste sistema, é ligada a um motor elétrico ao invés de ser atuada pela correia de acessórios que também está na polia do motor.

Esse sistema permite mais economia de combustível do que as direções hidráulicas convencionais por não “retirar” energia do motor para o seu acionamento.

Mais uma vez, o fluido é importantíssimo para esse sistema, uma vez que, ao aplicar um fluido incorreto ou utilizá-lo já degradado irá requerer mais esforço da bomba e estará fora dos parâmetros de projeto, que fatalmente poderá implicar na redução de vida útil do componente.

Direção elétrica

Por fim, cada vez mais comuns nos veículos leves, a direção elétrica pode ser uma boa escolha no que diz respeito ao equilíbrio entre conforto e segurança, pois muitas vezes o motorista pode escolher a resistência do sistema para girar o volante, ou seja, o motorista escolhe o modo de condução.

Na direção esportiva, girar o volante será mais difícil proporcionando mais segurança em alta velocidade, mas se o motorista optar por conforto, a direção poderá ficar bem mais leve facilitando a ação de manobra.

A assistência é dada exclusivamente por motor elétrico e, em geral, não requer manutenção programada. Todavia, é necessário destacar que algumas peças mecânicas ainda podem apresentar problemas de desgaste e, em caso de defeito do sistema elétrico da direção, o custo de reparo costuma ser superior ao modelo de direção hidráulica.

Chegamos ao fim de mais um post e se você gostou das explicações e achou que esse conteúdo foi útil, compartilhe com mais pessoas. Acompanhe também nosso Instagram e Facebook para ver mais posts como este!

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