A transmissão é o conjunto responsável por transferir a força do motor para as rodas. Em motocicletas, existem quatro tipos diferentes de transmissão: corrente, correia dentada, eixo cardã e polias do CVT. A primeira, é a amplamente utilizada, desde motocicletas urbanas de 110 cilindradas, até motocicletas de competição, de 1000 cilindradas. A sua manutenção é a mais simples dentre os quatros modelos. Em contrapartida, é a que possui a menor vida útil. Porém, se o motociclista realizar uma conferência semanal do estado da corrente da moto, é possível prolongar o tempo de uso. Neste texto, explicaremos como, quando e quais os produtos recomendados para cuidar da sua relação. Então veja abaixo!
A relação por corrente é composta por três componentes: o pinhão, a coroa e a corrente. A corrente é composta pelos elos internos e externos, rolos, pinos, buchas e retentores. Mas, há também correntes que não utilizam retentores.
Os retentores são anéis de borracha instalados entre os elos internos e externos com a função de manter a lubrificação interna da corrente. Os modelos que não utilizam retentores, ou caso eles apresentem danos, possuem uma durabilidade reduzida.
As três causas que mais influenciam no desgaste do conjunto são:
Sempre que a moto é usada, a corrente é contaminada pelas sujeiras das pistas que são lançadas pelos pneus. Estas partículas atuam como grãos abrasivos então toda vez que a corrente da moto se movimenta, também ocorre o movimento entre os dentes do pinhão e da coroa.
Com o uso, parte da lubrificação externa se desprende dela, gerando um maior atrito entre os rolos e os dentes e, por isso, um maior desgaste. Lembrando que a incorreta tensão da corrente também contribui para o desgaste. Uma vez que ela apresente folga, o sincronismo entre os rolos e dentes não acontecerá da forma certa.
É necessário limpar a corrente sempre que ela apresentar acúmulo de sujeira. Entretanto, não use um solvente genérico para remover a lubrificação antiga juntamente com as sujicidades, pois o uso de um produto errado pode danificar os retentores. Estes anéis de vedação são compostos por polímeros que nem sempre são compatíveis com solventes como gasolina, diesel e querosene. Dessa forma, a incompatibilidade gerará um ressecamento do material que poderá se romper permitindo que o lubrificante interno aos rolos saia ou que partículas abrasivas entrem no rolo gerando um desgaste das peças e uma folga.
Para facilitar a limpeza, temos em nossa linha MC Care o C1 – Chain Clean, um desengraxante extraforte que removerá a lubrificação anterior, juntamente com todas as sujeiras incrustadas, como poeira, areia e terra. O Chain Clean é compatível com todos os tipos de retentores do mercado (O-rings, X-rings e Z-rings), sem causar o ressecamento deles. Ao utilizar o produto, aplique-o produto na corrente e deixe secar por 5 minutos. O C1 precipitará da transmissão com as sujicidades dissolvidas. Caso haja sujeira incrustada, utilize uma escova não abrasiva para ajudar na remoção do material. E então, quando a corrente estiver seca, aplique o lubrificante.
Com a corrente limpa, é preciso escolher um dos três tipos de lubrificantes da linha MC Care. Os produtos possuem fórmulas diferentes para se adaptar aos diversos ambientes que uma moto irá percorrer. Para aplicar o produto, coloque a motocicleta em um cavalete, com uma mão movimente a roda e aplique o produto somente no lado interno da corrente (face de contato com o pinhão e a coroa).
Aguarde dez minutos para que o produto seque antes de utilizar a moto. Recomendamos aplicar o lubrificante movimentando manualmente a roda para que a velocidade da corrente seja baixa, garantindo, assim, que o produto permaneça na corrente até que se complete a secagem. Mas, se o lubrificante espirrar na roda após a aplicação, é um sinal de que foi aplicado em excesso na corrente ou que o produto não secou pelo tempo necessário.
O C2 é o lubrificante ideal para motos de uso urbano porque ele possui nível de adesão médio, garantindo o equilíbrio entre durabilidade e aglutinação de sujeiras na transmissão. A aplicação é recomendada para todas as moto que não passem por estradas de terra e não rodem muito em rodovias.
O C3 é destinado a aplicações off-road. Sua formulação repele a areia e terra, evitando que haja acúmulo de material abrasivo na relação. Porém, o C3 não é destinado apenas para motos de trilha ou motocross. Ele também pode ser usado, por exemplo, em uma Big Trail que realiza uma viagem com terreno misto (asfalto + terra). O Chain Lube Off-Road, por repelir areia e terra, contém o menor nível de aderência a corrente. Por isso, a reaplicação do lubrificante deve acontecer com maior frequência. O C3 possui coloração amarelo-esverdeada para facilitar a visualização durante a aplicação.
Desenvolvemos o C4 para uso em altas velocidades. Ao correr em um autódromo, a temperatura de trabalho da corrente aumenta devido ao calor recebido do motor e ao estresse do trabalho submetido. Essa temperatura elevada provoca uma queda da viscosidade do lubrificante e a alta velocidade de operação da corrente provoca uma grande força centrífuga.
Dessa forma, os dois fatores juntos fazem que com que haja uma grande expulsão do lubrificante. Por isso, nós colocamos em sua formulação um aditivo que aumenta a adesão da corrente e a resistência a temperatura. Além disso, o C4 conta com aditivos sólidos anti-desgaste e de extrema pressão que reduzem a resistência a rolagem e aumentam a eficiência da transmissão. O C4 possui cor branca para facilitar a visualização durante a aplicação.
O Chain Lube Factory Line não deve ser usado em motos que rodem predominantemente em trajetos urbanos, independente da cilindrada, pois seu aditivo adesivo fará com que as sujeiras da cidade grudem na corrente e gerem um desgaste precoce caso não seja feita a limpeza com frequência.
Com o uso da moto, acontece o desgaste nos elos da corrente que, com o tempo, aumenta o comprimento dela e a sua folga vertical. Então, sempre que a folga exceder o limite tolerável, é necessário mover a roda traseira para trás para aumentar a distância entre o pinhão e a cora. O valor da folga deve ser medido no ponto de maior amplitude do movimento da corrente (distância média entre o pinhão e a coroa).
Para medir a folga vertical, pegue uma régua ou uma trena, alinhe o “0cm” com o pino da corrente e puxe para cima ou para baixo. Lembrando que cada fabricante de motocicleta determina o valor máximo dessa folga. Motos fora de estrada, por possuírem maior curso da suspensão, tendem a solicitar uma maior folga vertical. Se necessário, ajuste a posição da roda traseira na balança para diminuir ou aumentar a folga. Além disso, é importante destacar que o movimento da suspensão altera a distância entre o pinhão e a coroa. Portanto, nunca elimine totalmente a folga vertical da corrente. Caso isso ocorra, ela sofrerá uma tensão de tração, gerando o desgaste prematuro do conjunto.
Outro limite que determina a vida da corrente é o comprimento dela. Com uma trena, meça a distância entre 20 elos. Ou seja, a medida entre o primeiro pino até o vigésimo primeiro. No manual da motocicleta, você encontrará o comprimento mínimo desta distância, quando a corrente é nova, e o valor máximo, indicando a necessidade de troca.
Nós recomendamos verificar o estado de limpeza, a lubrificação da sua corrente e o nível do óleo do motor semanalmente, a cada 500 km ou após a utilização da motocicleta na chuva.